Marcas novas no Brasil? Temos muitas, principalmente com o crescimento do mercado automotivo. Desde marcas de carros baratos, como a Chery, até superesportivos, como a Spyker. Apesar de promessas, nenhuma superou a JAC, que nas semanas mais recentes surpreendeu a todos pelo seu desempenho de vendas e pela curiosidade que um modelo totalmente novo com argumentos de venda super bem-vindos, incluindo o seu preço, causou no público.
Pudera… Você convive diariamente com propagandas que terminam com Das Auto, imagens psicodélicas do Uno e propagandas cômicas da Nissan e, de repente, vê o apresentador Faustão falando de uma marca chamada JAC, com seis anos de garantias, completo por R$ 37.900 (e nada mais). Oras, de onde veio essa marca? Seu slogan já diz: inesperado. Seu design é agradável e o preço chamativo chamam a atenção até mesmo de quem não gosta de carros. Ultimamente, tenho conversado com várias pessoas sobre ela, não com a intenção de retratá-las em um post, mas justamente por estas estarem curiosas quanto à JAC.
Alguns acertaram quanto ao fato de ser chinesa. Outros, se assustaram. “É bom?” “Você compraria?” “É confiável?” E é aquele tipo de pergunta impossível de responder, principalmente quando o assunto em questão é uma marca recém-chegada no País. Respondo que ainda não tenho certeza, que a marca está nas mãos do ex-presidente da Citroën, logo, podemos esperar bons frutos dela. Quanto ao carro em si, pessoalmente, alguns chamam de esquisito. E, justamente por ser chinesa, a desconfiança se mostra forte.
“Aquele símbolo da JAC é um plágio. Parece que pegaram o símbolo da Chrysler e o da Mercedes-Benz e juntaram em um.” Isso vindo de uma pessoa que não entende de carros. E não é que faz sentido? De uma forma ou de outra, a JAC vai caminhando bem: 50 concessionárias em todo o país, propagandas na TV, jornais e revistas.
Um jornal que achei em casa conta com uma foto do J3 e do Faustão, com as qualidades de seus veículos destacadas com as devidas fontes (Quatro Rodas e outras revistas). Tentador, não? A JAC parece conquistar o mercado. Em pouco mais de um mês, ela vendeu 3000 veículos no Brasil, somando-se as unidades do J3 e de seu sedan, o J3 Turin.
No Rio, já são comuns, principalmente o J3 hatch. Comparações são inevitáveis. O J3 parece um Gol de traseira, segundo muitos (e parece, de determinados ângulos). Mesmo assim, elogios não faltam. Eu mesmo estou começando a confiar na marca – em meio a tantos preços absurdos, uma marca como ela pode ser uma boa escolha. Vem da China, mas metade das coisas que você compra também é. Muitas da Sony, Nokia, Apple… A JAC pode não ser conhecida, mas tem tudo para se firmar no mercado.
Essa recepção do público, tenha sido ela positiva ou, em parte, negativa quanto à desconfiança, fez bem à JAC (pela procura e venda). Mas o melhor que ela fez até agora, foi ter forçado concorrentes diretos a se mostrarem mais atrativos. A Citroën vendeu unidades promocionais do C3 completo e com bancos de couro pelo preço do J3, R$ 37.990, e o Ford Fiesta hatch e Sedan 1.6 com airbags e ABS está sem acréscimo no preço para o Rio de Janeiro e São Paulo (maiores mercados da JAC), preços estes iguais aos dos carros da JAC. Se o problema é a confiança, as concorrentes levam vantagem.
Hoje, sinceramente, estou mais seguro quanto à JAC do que em seu lançamento. Ainda não entrei em um, mas acredito que seja comparável a seus concorrentes. E oportunidades para avaliá-lo não faltam: ele esteve presente em testes de diversos jornais, revistas e sites. A revista Quatro Rodas, por exemplo, adquiriu um J3 para a seção Longa Duração. Ela irá testá-lo por 60.000 quilômetros para mostrar ao consumidor sua durabilidade e a qualidade da rede de autorizadas. Até lá, torço para a JAC – uma opção a mais sempre é bem-vinda, principalmente quando gera mudanças positivas no mercado.
Ah, sim: a JAC, até a primeira quinzena de maio, vendeu mais que a Nissan. Talvez nunca tivemos um exemplo de rápido crescimento de uma montadora recém-chegada no mercado. A JAC é um exemplo maravilhoso para as outras montadoras, seja as que já estão aqui, seja para as que olham o Brasil como um novo horizonte: carros competitivos por um preço tal qual, publicidade realística e exata, que mostre ao consumidor o que ele precisa. Boa sorte, JAC!