Estamos em 2010. E isso, claro, não é novidade para ninguém. As perspectivas sobre o futuro do Brasil são animadoras: estudiosos americanos afirmam que o Brasil é a próxima potência global. Deixando a política de lado, o mercado deve acompanhar essa evolução. Afinal, ele deve caminhar junto do país em que pertence.
Essa evolução vem sendo sentida há algum tempo. De cara, já podemos citar a venda do Camaro e do Malibu por preços não tão altos, além da possível venda do Challenger e do Charger no Brasil. Camaro e Challenger exploram um segmento inédito no Brasil, que possui mercado para tal. E as montadoras estão, pouco a pouco, acordando para isso.
Enquanto há 20 anos atrás Fernando Collor de Melo afirmava que fabricávamos carroças, hoje, o cenário está diferente. Ainda temos velhos veteranos no mercado, como o Mille e a Kombi, que vendem devido ao seu custo-benefício (que não é tão benéfico assim). Mesmo assim, o cenário mudou. As montadoras estão investindo aqui. Esteticamente falando, por exemplo, a Volkswagen está tentando alinhar os modelos brasileiros com os europeus. No caso da Fiat, ela mudou seu design convencional. Agora, o Uno é um carro totalmente novo e com um design surpreendente, e o Palio 2011 promete o mesmo.
Chevrolet é um caso à parte. A sua nova identidade visual, com grades gigantescas, causou muita polêmica. A marca, definitivamente, não é a mesma de 1990. Soa como elogio, mas não é. A Ford mantém o seu eterno quarto lugar no mercado, apesar de carros bons. O também polêmico Fiesta 2011 não entra na lista.
Apesar das montadoras "nacionais" dominarem uma (boa) fatia do mercado, há também as estrangeiras. Kia e Hyundai sofreram um fenômeno parecido com o de um vulcão adormecido. Há 15 anos, comprar um Accent ou um Sephia não era um bom negócio, porém, atualmente, a coisa mudou. O Tucson é um dos maiores sucessos da Hyundai no Brasil, por muitas vezes ficou na frente do concorrente EcoSport. Hoje, apesar da polêmica da CAOA e da falta de reposição de peças, a marca pretende expandir seu mercado no Brasil. Um projeto de um hatch para concorrer com o Gol, o HB, promete revolucionar o segmento.
A Kia também vem crescendo no mercado, e merecidamente. O design de seus veículos está muito melhor do que na época em que vendia-se o antigo Cerato e Magentis, além do Sportage e Opirus. A nova identidade visual de seus veículos ajudou a estabelecer uma nova imagem para a montadora no país, além dos modelos inovadores como Soul. Inclusive, inovador É a palavra do momento no mercado automotivo brasileiro. E isso é ótimo.
A lei do airbag e ABS também é uma das características marcantes do mercado nos próximos anos. Com isso, alguns modelos sairão de linha. Ou seja, as mudanças não se concentrarão apenas em designs inovadores e chocantes. Os equipamentos e a mecânica também pesarão nesta constante mudança no perfil do mercado brasileiro. A Fiat, por exemplo, está investindo em motorizações novas. Especulações afirmam que a Volkswagen estaria produzindo um novo motor 1.0.
Projetos como o Uno Ecology reforçam a ideologia verde do século 21. Pelo menos 8% do veículo é feito de material reciclado, além de um painel solar no teto para ajudar a recarregar a bateria. Chegamos a um outro ponto: os veículos elétricos.
Por aqui, são novidade, apesar da Fiat produzir protótipos do Palio elétrico e da Weekend elétrica. O governo já anunciou interesse em criar uma montadora nacional para a produção de carros elétricos. O único carro elétrico vendido no Brasil atualmente é o Rev1, por salgados 80 mil reais. Esse é outro segmento que tem tudo para fazer sucesso. Vai depender dos impostos absurdos do país.
Algumas montadoras ficaram fora, mas o importante foi ressaltar as que realmente tem chances de crescer ainda no mais no mercado, excluso a Honda que, apesar dos bons projetos, até o momento, não tem um grandioso projeto para o Brasil. As chinesas também não foram citadas porque possuem um futuro incerto no país. Isso é um assunto para outra postagem.
Até 2014, o Brasil promete ter um mercado automotivo bem diferente do atual e perder a imagem de ser o país que tem carnaval durante o ano todo. E isso é ótimo.