Na última semana o presidente Lula deveria ter anunciado incentivos aos veículos elétricos no país, mas divergências entre ministérios fizeram com que as medidas fossem adiadas para junho. Os ministérios da Fazenda, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia defendem as medidas, mas o Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio teme que os incentivos venham a prejudicar a competitividade do etanol e do biodiesel.
O presidente defende com unhas e dentes o uso do etanol e os carros flex, que ele apresenta lá fora como sendo o combustível alternativo oficial no Brasil. Nada contra, nosso etanol, da cana-de-açúcar, é dos que tem o melhor aproveitamento energético. Entretanto, os carros elétricos são o futuro da indústria automobilística mundial, sendo a solução ideal para o transporte urbano.
Enquanto lá fora há incentivos aos veículos elétricos e de baixas emissões, e as montadoras investem nisso, e inclusive já vendem seus carros híbridos e elétricos. No Brasil não há incentivo nem para os carros flex! Que dirá para os elétricos...
Na segunda-feira o presidente Lula esteve na cerimônia de abertura do Challenge Bibendum, evento organizado pela Michelin para debater sobre soluções de mobilidade e alternativas ao uso do petróleo, e andou no Audi e-tron, um esportivo elétrico, e em um ônibus movido á hidrogênio. Mas se mostrou duvidoso com relação à viabilidade dos elétricos quando disse:
"É carro elétrico para cá, carro elétrico para lá, mas não se sabe ainda se alguém vai produzir em grande escala"
Espero que depois de diser isso o Lula tenha prestado atenção no evento e nos veículos expostos. Se ele fez isso, viu que a eletricidade termina sendo mais barata que os combustível, e que o carro elétrico é silencioso e não polui (ele não polui, dependendo da fonte de energia). Entre os benefícios que seriam anunciados, estava a redução do IPI e a inclusão da tecnologia elétrica no planejamento energético do país.
No Challenge Bibendum, a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) mostrou unidades do escandinavo THINK City que farão parte de sua frota. Totalmente elétrico, ele roda em média 160km com uma carga, e há planos de que a THINK venda seus elétricos no país, mas isso depende dos incentivos...