O uso correto da recirculação, que para alguns pode parecer um reforço na atuação do ar-condicionado pelo aumento resultante no ruído, é um dos segredos para obter conforto do sistema sem prejuízos à saúde. Ativada a função, o aparelho passa a trabalhar apenas com o ar interno do veículo. Ideal para circular em meio à fumaça de caminhões, rodar em estradas poeirentas ou atravessar regiões de mau cheiro, a recirculação não deve ser mantida por longo tempo, pois resseca o ar e pode agravar problemas respiratórios como rinite e bronquite. Mesmo em tráfego pesado e sob forte calor, convém liberar a admissão de ar (ou mesmo abrir um pouco as janelas) de tempos em tempos para não viciar o ar interno.
O uso da recirculação é recomendado, contudo, quando se entra no carro após horas exposto ao sol. Nessa situação o indicado é utilizar o ventilador no máximo e o termostato na posição mais fria, além de abrir as janelas para uma renovação mais rápida. À medida em que a temperatura cai, feche as janelas, depois desative a recirculação, procure reduzir a velocidade do ventilador e, se possível, ajustar o comando de temperatura para um ponto mais elevado -- e não desligar o equipamento, o que pode gerar sensação de abafamento pela súbita elevação da umidade do ar. O mesmo deve ser feito ao chegar ao destino, quando o choque térmico na saída do carro causa desconforto.
Além de prudentes à saúde, são atitudes que fazem a diferença no desempenho, consumo e nível de ruído interno do carro. O ventilador deve trabalhar mais rápido, porém, no trânsito lento, para evitar formação de gelo no evaporador, origem da água, que comumente se vê escorrendo de carros recém-estacionados. Outra regra: direcione as saídas de ar para o alto, pois o intuito é refrigerar o ambiente e não os passageiros. Além de evitar um resfriado, você estará distribuindo melhor o ar fresco pelo interior, pois a física ensina que o ar quente tende a subir e o frio a descer. O ar mais quente só deve ser dirigido para cima em tempo chuvoso, quando o ar-condicionado mostra-se uma ótima solução para desembaçar o pára-brisa: como o ar emitido é seco, absorve em segundos a umidade do vidro, proporcionando boa visibilidade.
Higienização do sistema
O ar condicionado, percisa sempre ser mantido limpo, para eliminar a ação de bactérias e fungos dentro da cabine. Para evitar doenças e a contaminação, os especialistas recomendam que se faça a higienização do sistema a cada ano ou 15.000 km. Quem trafega por estradas de terra deve reduzir esse prazo para a metade metade.
A maior parte dos problemas é causada pela umidade natural formada no resfriador do ar-condicionado, por onde passa o ar. A sujeira que vem de fora do veículo em contato com a água cria um ambiente propício para o desenvolvimento de infestações, que provocam doenças respiratórias, como tosse, gripe, rinite e até pneumonia.
Com o passar do tempo, o sistema de ventilação, também perde parte de sua eficiência em decorrência disso. Pelo fato dos carros possuírem o filtro anti-pólen, que é responsável pela qualidade do ar admitido no interior do veículo, funcionando como uma barreira para partículas e impurezas.
Para deixar seu sistema sempre limpo, é preciso limpar a caixa de ar e aplicar fungicida nos dutos internos. Em geral, sabe-se que chegou a hora de limpar o equipamento, quando surge um mau cheiro assim que a refrigeração é acionada. Significa que o sistema de circulação de ar está sujo e o filtro anti-pólen saturado.
O serviço de higienização custa em torno de R$ 90 e deve ser acompanhado da troca do filtro antipólen, que sai entre R$ 30 a R$ 35 (preços cobrados para carros populares).
A fim de manter o sistema esterelizado por mais tempo, uma dica é desligar o ar com o carro em movimento cinco minutos antes de estacionar. Pela manhã, ligue primeiro o carro e alguns minutos depois o ar condicionado. Esse procedimento deixa os dutos de circulação secos e livre de mofo.
A cada quinze dias, ligue o ar quente por alguns minutos para retirar a umidade interna e impedir a proliferação de bactérias. No caso de fumantes, reduz a impregnação da cabine pelo odor do cigarro.