Se com motor 1.0 de 74 cv o Nissan March se move satisfatoriamente, com motor 1.6 de 111 cv ele se torna ágil e esperto a qualquer giro, sem que isso afete o consumo. Qualidades que fizeram com que a versão de motor maior corresponda a 45% das vendas do compacto. Tivemos a oportunidade de de ficar com um March SR, a versão topo de linha, durante seis dias, e a nossa avaliação você confere a partir de agora.
O Nissan March SR custa R$ 39.990, e conta com motor Nissan 1.6 16v HR16DE capaz de gerar 111 cv (5,600 rpm) e 15,1 kgfm de torque (4.000 rpm). Ele custa R$ 2 mil a mais que a visão SV por vir com adesivos, saias laterais frontal e traseira, ponteira do escapamento cromada, rodas de liga leve 15" na cor Titanium além de aerofólio e espelhos externos com pintura prateada. Os equipamentos são os mesmos: airbag duplo, direção elétrica, ar-condicionado, banco do motorista com ajuste de altura, vidros elétricos, computador de bordo, CD Player com MP3 e entrada auxiliar e acionamento do alarme por controle remoto. Faróis de neblina são oferecidos como acessório de concessionária, e freios ABS só deverão estar disponíveis à partir do final do ano.
Se vale ou não à pena pagar pelos adereços, vai de cada um. Por dentro o March SR é idêntico ao do SV; simples e bem feito, mas deveria ter recebido alguns apliques diferenciados. Pelo menos não há rebarbas nos plásticos, e os encaixes são bons como os vistos em apenas um de seus concorrentes, o Renault Clio, que não nasceu para ser o carro popular que é hoje. A disposição dos elementos no painel garante boa ergonomia, melhorada pelo fato de volante e banco do motorista serem reguláveis em altura, mas os cintos não. Esta última característica não me incomodou por ser alto, mas passageiros mais baixos reclamaram do cinto rente ao pescoço.
Uma ressalva vai para os retrovisores, tanto para a posição dos comandos elétricos, em baixo de espaços para interruptores não utilizados e escondidos pelo volante, como também para os es espelhos externos. Estes são curtos, escondem carros que estão próximos. Isso chegou a acontecer, resultando numa fechada involuntária pouco antes de chegar na Quinta da Boa Vista para fazer as fotos do compacto. O carpete do assoalho poderia ser melhor. A unidade avaliada não possuía tapetes, o que tornou prematuro o desgaste do mesmo, que parece desfiar mesmo onde não há contato com os pés de passageiros. No Longa Duração da Revista Quatro Rodas, foi relatado o mesmo problema no sedã Versa.
O sistema de som do March é do tipo double-din, igual ao visto no Tiida. Isto significa que possui CD Player capaz de reproduzir discos de MP3, além de entrada auxiliar – cuja última vez que usei foi em um toca-fitas para ligá-lo a um discman. O Versa ainda possui conexão para iPod, mas o ideal seria uma entrada USB. Com bluetooth levaria nota 10, pois a qualidade do som e de seus quatro alto-falantes agrada.
Mas o que realmente agrada é o espaço interno. Com dimensões de 3,78 m de comprimento, 2.45 m de entreeixos e 1,66 m de largura, ele tem mesmo entreeixos de Pajero TR4 ou de um Ford KA, chegando a ser 3 cm maior que o de um novo Palio, mas o March é, de longe, o mais curto de todos eles. Ainda assim há espaço suficiente para os passageiros da frente e os de trás.
O March merecia o mesmo slogan da Volkswagen Brasilia quando foi lançada em 1973, e reutilizada 30 anos depois pelo Fox: “Pequeno por fora, grande por dentro". O segredo do espaço interno está nas rodas, posicionadas na extremidade da carroceria. Quem teoricamente sai perdendo é o porta-malas, com capacidade de 265l, suficiente para um casal viajar por um final de semana. Na falta de espaço, basta rebater o assento traseiro, o que não é difícil como pude notar ao fazer umas comprinhas para minha mãe...
As rodas nas extremidades também refletem no comportamento dinâmico, e de maneira positiva. Mas isto você confere amanhã!
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Fotos | Johanns Lopes, Henrique Rodriguez