As tradicionais peruas da Volvo sempre foram marcadas pelas linhas quadradas, traseira reta e lanternas que acompanham a coluna traseira. No caso do Volvo V60, que está sendo lançado agora no Brasil, apenas as lanternas permanecem no mesmo local. O aspecto mais esportivo é o cartão de visitas do V60, chega ao Brasil sempre equipado com pacote R-Design. Não à toa a Volvo não trará a versão menos potente, T4 com 180 cv, e evita chama-lo de perua; é um “Sportswagon” – e, de fato, é mesmo. Disponível em três versões, com duas opções de motorização, o V60 tem preços partindo dos R$ 130.900.
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O V60 segue a receita do S60, com o qual não compartilha apenas a traseira, que justamente por não ser quadrada e acompanhar as formas do XC60, é muito bonita. Com o pacote R-Design ela fica mais agressiva, com para-choque e grade esportiva em acabamento black piano na dianteira e extratores de ar e saídas duplas de escapamento na traseira.
Complementam o visual frisos de alumínio que emolduram os vidros laterais, capas de retrovisores também em alumínio e as rodas de 18 polegadas, modelo Ixion. Há duas rodas opcionais, também de 18”, que custam R$ 2.329 cada uma. Mas vá por mim, a original é a mais bonita. O chassi ainda recebe ajustes para melhorar o comportamento dinâmico do modelo.
No interior, amplo por conta das boas dimensões, principalmente pelos 2,78 m de entre-eixos, o modelo traz bancos esportivos com maior apoio lateral, que literalmente abraçam o motorista, volante R-Design, pedaleiras de alumínio e grafismo específico do quadro de instrumentos, com fundo azul.
As versões T5 R-Design Comfort e Dynamic possuem motor de 4 cilindros em linha com turbo e injeção direta, o 2.0 EcoBoost de 240 cv (5.500 rpm) e 32,6 mkgf de torque (1.800 a 5.000 rpm), acoplado ao câmbio automatizado de dupla embreagem Powershift de seis velocidades, com opção de troca manual através da alavanca. Com este conjunto o V60 alcança os 100 km/h em apenas 7,7 segundos.
O V60 Comfort (R$ 130.900), traz e série itens de conforto como ar-condicionado digital, sistema de áudio de alta performance, com oito alto falantes e conexões para iPod, bancos e volante esportivos revestidos de couro, além de sistema City Safety, que agora atua em velocidades de até 50 km/h, airbags laterais e frontais, freios ABS com EBA, controle anticapotamento (RSC), de tração e de estabilidade (DSTC), bem como o freio de estacionamento elétrico.
Já o Dynamic (R$ 149.900) incorpora sensores crepuscular e de chuva, faróis de xênon adaptativos que aumentam a visibilidade do motorista em curvas, banco elétrico com memórias para o motorista, teto solar elétrico, além dos equipamentos já citados.
A versão T6 R-Design AWD, topo de linha, que custa R$ 199.900 vem da fábrica com motor 3.0 turbo, de seis cilindros em linha, com injeção direta e 304 cv (5.600 rpm) e 44,9 mkgf de torque (entre 2.100 rpm e 4.200 rpm), acoplado à transmissão automática Geartronic de seis velocidades e com opção de trocas sequenciais. O modelo tem o diferencial da tração integral e acelera de 0 a 100 km/h em apenas 6,2 segundos.
A versão T6 R-Design AWD traz, além dos equipamentos dos T5, piloto automático adaptativo – que controla a velocidade e a distância do carro da frente, automaticamente - sistema de áudio mais aprimorado, com tela de sete polegadas, DVD e GPS (opcional para os T5), bancos elétricos e com memória para motorista e passageiro, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, com câmera de ré que sinaliza os obstáculos e indica a direção, de acordo com o ângulo da direção. Há também o sistema Pedestrian Detector, que indica a presença de pedestres na frente do veículo, freando o carro automaticamente para minimizar os riscos de um atropelamento, sistema de assistente de faixa, que alerta o motorista para mudanças de faixa involuntárias, e o leitor de placas de sinalização, que indica ao condutor se ele está acima do limite de velocidade da via.
Primeiras impressões
(Porto Feliz – SP) Apesar de quadrado e pesado, o Volvo 850 Wagon fez sucesso no BTCC alemã no início da década de 90. Àquela altura a versão civil mais potente do modelo era a T5-R, com 240 cavalos. Apesar de não ter cinco cilindros, o emblema T5 também identificava o motor 2.0 de quatro cilindros turbo da versão avaliada, que curiosamente também gera 240 cavalos. Isto é downsizing…
O motor dá conta dos 1.568 kg do Sportswagon, o levando aos 100 km/h em 8,1 segundos. Mas poderia ser melhor. O câmbio de dupla embreagem Powershift, fornecido pela Ford - assim como o motor - não garante respostas tão rápidas quanto se espera de sistemas com sua tecnologia. A questão é que, apesar de tudo, este é um veículo familiar, e o conjunto mecânico foi pensado para economizar combustível.
Na hora de arrancar a transmissão hesita por alguns instantes antes de enviar a tração às rodas dianteiras, e a partida será um tanto suave, graças ao controle avançado de estabilidade (ASC). Se você pisar no acelerador com convicção logo suas costelas sentirão os 32,6 kgfm de torque, as trocas acontecerão mais tarde e o motor será mais explorado. Pisando com parcimônia, no entanto, as marchas avançam mais rápido, buscando sempre manter o giro próximo aos 2.000 rpm e rapidamente a sexta marcha será engatada.
Nesta situação, caso o motor seja mais solicitado através de mais pressão no acelerador, antes mesmo de o botão de kick-down ser pressionado o câmbio já poderá ter reduzido duas marchas. O 850 T5-R devia sempre explorar mais o motor, taí a grande diferença de seus 240 cavalos para os do V60.
No asfalto bom da Rodovia Castelo Branco a suspensão firme se comporta bem e garante conforto acústico que chega a ser ensurdecedor em velocidade de cruzeiro. A sugestão é ligar o bom sistema de som com oito alto-falantes. Em vias não tão boas, com ondulações e buracos, batidas secas são percebidas. Um dos agravantes pode ser os finos pneus Continental que calçam as rodas de 18 polegadas. Aumente o volume do som para evitar alguns calafrios por dó do carro.
Ao menos o V60 entra bem nas curvas. A direção direta e o sistema Corner Traction Control, que atua transferindo força para as rodas externas freando as internas, permitem contornar as curvas com comportamento interessante.
Para os passageiros o conforto é bom. Há saídas de ar-condicionado nas colunas B para quem vai atrás. O banco traseiro é um tanto baixo, mas há espaço de sobra para a cabeça graças a um ressalto no teto. Vale ressaltar que o 5° passageiro tem direito a cinto de três pontos e encosto de cabeça retrátil.
O Volvo V60 não é exatamente uma perua esportiva, mas se comporta bem o suficiente para não ser tratado como uma perua qualquer. É capaz de fazer felizes pais e mães de família, e uma opção interessante e até mesmo mais em conta que os alemães Audi A4 Avant e Mercedes Classe C Touring. Ao meu ver, também muito mais bonito.
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Viagem à convite da Volvo do Brasil
Fotos | Henrique Rodriguez, Mario Villascusa