Por Henrique Rodriguez
Motores mais modernos são capazes de despejar até mais de 80% de seu torque antes dos 2.000 rpm. Motores elétricos não, eles entregam 100% de sua força a qualquer momento. No MINI E são 22 kgfm, pouco menos que os 24,4 kgfm que o motor 1.6 Turbo do MINI Cooper S entrega entre 1.600 e 5.000 rpm. Mas em potência ele é superado, são 186 cv contra os 206 cv do elétrico.
Mas tudo tem seu preço. Tanta força e potência são necessários para dar conta dos – pasmem – 1.660 kg do MINI E – um Cooper S tem 1165 kg. Culpa das 5.088 células da bateria de íon de lítio e de seus coolers que fizeram o favor de ocupar o pequeno assento traseiro sem tomar o espaço do porta-malas. O peso suspenso das baterias, que eleva o centro de gravidade, foi compensado por ajustes na suspensão, mantendo ainda o comportamento arisco do compacto. Só que controles de tração e estabilidade estarão sempre atuando para evitar desperdício de força e mantê-lo na trajetória.
No fim das contas, o 0 a 100 km/h é cumprido em 8,2 segundos – 1 s mais tarde que um Cooper S - , mas a velocidade máxima, como na maioria dos elétricos, é baixa 152 km/h, ainda que limitada para manter a durabilidade do sistema e da bateria. Se passei de 100 km/h durante o teste foi por pouco, e também por pouco tempo. E só precisei pisar no freio para dar partida!
Eu estava em um trecho desativado do Autódromo Internacional Nelson Piquet, mais conhecido como Autódromo de Jacarepaguá (que em breve será demolido :-( ), ao volante de um carro conhecido por seus relógios em lugares pouco usuais. À minha frente não havia um velocímetro ou conta-giros, mas sim o indicador de carga da bateria. Uma telinha em sua parte inferior indicava a velocidade, mas demorou para meu sub-consciente aprender. O velocímetro de fato fica no centro do painel, e dentro dele há um indicador de quanto se consome ou repõe a carga da bateria – por quê não o colocaram junto com o indicador de carga?
Ao se retirar o pé do acelerador o freio motor entra em ação. Ele é forte a ponto de as luzes de freio entrarem em ação, e nesse processo é capaz de repor até 20% da carga da bateria. Numa tomada doméstica a recarga demora até 7 horas, e uma carga garante autonomia para 170 km.
Pouco mais de 600 unidades como esta circulam nas mãos de um grupo seleto de clientes e empresas. A intenção é que logo – certamente na próxima geração do MINI Cooper, que será apresentada este ano – a versão elétrica seja produzida em série. Será que o novo autódromo do Rio de Janeiro será inaugurado antes do lançamento do MINI E definitivo?