Não é coincidência, foi mesmo o medalhista olímpico César Cielo quem emprestou o nome a um dos próximos lançamentos da Chery no Brasil. Por ser chamado de A3 no exterior, a Chery teria de mudar o nome de seu carro no país, e após um concurso cultural, o nome Cielo foi escolhido.
O Chery Cielo ainda não foi lançado, e assim como o Face, já está à venda na maioria das 30 concessionárias da marca no país em sua versão hatch e sedã. Nas próximas semanas as duas carrocerias custarão o mesmo preço, R$ 43.500 (a Chery anuncia por 41.990, valor sem pintura e frete inclusos).
É um carro bonito e com presença. Seu design, que lembra um pouco o Renaul Mégane, é assinado pelo estúdio Pininfarina. O espaço do interior é bom, e o painel tem ares modernos, com o console que avança até o final dos bancos dianteiros. A qualidade do material empregado no acabamento está no nível do Peugeot 207 e da linha Palio e a suspensão Multilink na traseira garante um rodar macio.
Mas um pequeno detalhe me fez lembrar que eu estava a bordo de um carro chinês, estragando as boas impressões que o carro havia me passado até o momento. O acabamento do pomo do câmbio já apresentava rachaduras, e nosso amigo Johanns, que foi comigo à concessionária, sentiu fragilidade na alavanca do freio de mão. Pelo menos a garantia é de 3 anos...
Mas não deixa de ser uma falha. A Chery é uma marca ainda desconhecida no Brasil e no mundo, que inclusive quer abrir uma fábrica no Brasil. Se ela quer acabar com o preconceito de produtos chineses, é bom que ela corrija rápido falhas como essas.
O motor 1.6 16v DOHC gera 119cv (6150rpm) e o bom torque se 15kgfm (4500rpm), e parece dar conta dos 1.350kg do hatch e do 1.375kg do sedã. Apenas com câmbio manual de 5 marchas, ele chega a 100km/h em 14s e atinge a máxima é de 170km/h (a Chery anuncia o mesmo desempenho para os dois).
O Chery Cielo vem bem equipado de fábrica, sem opcionais. Os maiores destaques são: Airbag duplo, freios a disco nas 4 rodas com ABS e EBD, rodas de liga leve de 16″ (qu não me agradaram), coluna de direção ajustável, sensor de ré, Cd player com MP3 e USB, faróis de neblina, trio elétrico e ar condicionado.
Talvez o que pode afetar as vendas seja a falta de confiança na marca. Os carros da Chery tem 3 anos de garantia total, mas e depois? Será que vai haver peças sobressalentes no mercado de reposição, ou os consumidores teriam de ficar dependentes das concessionárias e esperar dias por uma peça? Certamente se fosse de uma marca já estabelecida no país seria a melhor compra nessa faixa de preço.