Semana passada foi muito movimentada. Dois lançamentos (três modelos) e uma prévia indicam que 2012 passa para a história como o ano mais profícuo em termos de novidades. E ainda há outras boas notícias neste segundo semestre.
A Volkswagen abriu os “trabalhos” com apresentação simultânea do que chamou Novo Gol e Novo Voyage. Na realidade, modificações de meia vida que se tornaram quase padrão mundial. Em geral ocorre de três a quatro anos após o lançamento de uma nova geração, que tem ciclos em torno de sete anos no exterior, porém poucas vezes obedecidos, no Brasil.
Gol e Voyage, lançados em 2008 (junho e setembro, respectivamente), ainda não haviam recebido o alinhamento ao estilo mundial da Volkswagen. Os carros, de fato, ficam parecidos uns com os outros, mas a fórmula parece adequada, pois a marca está em expansão de vendas no mundo.
Nova arquitetura eletrônica permitiu recursos interessantes, como sinalização de frenagem de emergência. O motor de 1 litro/76 cv apresenta curva de torque melhorada, perceptível aos mais sensíveis, e consumo médio de combustível 4% menor. Economia pode chegar a 8%, ao agregar itens opcionais específicos. Mais equipamentos desde a versão básica, com aumento simbólico de R$ 86 no preço, é a estratégia para segurar a liderança de 25 anos (1987-2011).
Gol parte de R$ 27.990 e o Voyage, de R$ 29.990. Vêm de série com comandos elétricos de vidros dianteiros, travas de portas e porta-malas, além de limpador/lavador/desembaçador traseiros, entre outros. Bem útil é a opção de caixa de elevação do assoalho, no porta-malas do Voyage. Preços das versões mais caras: R$ 38.290 (Gol) e R$ 40.890 (Voyage). O Gol de duas portas chega ainda este ano, em outubro.
Hyundai fez pré-apresentação, em sua nova fábrica de Piracicaba (SP), do compacto hatch HB20. Ainda sem dados sobre o produto, a revelar apenas em 12 de setembro. Primeiras entregas começam 30 dias depois. Versão pseudoaventureira será exibida no Salão do Automóvel, em outubro. Já o sedã, no primeiro trimestre de 2013, continua escondido.
Em ambiente fechado, o hatch de quatro portas (não existirá versão de duas portas) foi examinado. Faróis e lanternas traseiras marcam estilo arrojado, sem exageros. Interior bem projetado, acabamento e materiais muito bons, além de espaço semelhante aos dos compactos “normais” do segmento. Porta-malas, aparentemente, equivale ao de Gol ou Palio.
Rodar em uma pequena pista impecável, com apenas duas curvas, e ainda camuflado, não é ideal. Motor de 1 litro, igual ao do Kia Picanto (80 cv), tem disposição, timbre de escapamento agradável e claramente percebido como um três-cilindros. Motor de 1,6 litro, também flex e já usado nos Kias Cerato e Soul, mostra forte pegada em baixas rotações, mas potência original de 130 cv pode ter sido um pouco reduzida para diminuição de consumo. Uma das versões, básica, tinha airbag apenas para motorista e sem freios ABS.
Fiat fechou a semana com o Novo Punto, atualização do seu compacto anabolizado de 4,06 m de comprimento. Essa estilização chega depois de cinco anos e é a mesma apresentada na Europa em 2009. A frente recebeu nova grade e friso largo cromado; atrás, carreira de LEDs nas lanternas. Interior, no entanto, é quase todo novo e ponto alto do carro. Além de espaçoso, novos materiais e bancos dianteiros com assentos de maior apoio lateral na versão esportiva T-Jet, deixam o Punto em posição privilegiada.
Motor de 1,4 litro/88 cv, da versão de entrada Attractive, melhorou em desempenho e está mais econômico em média 8%, embora a Fiat, a exemplo da VW, sonegue os dados. Apesar da maior taxa de compressão, potência e torque permaneceram iguais. Ideal para a massa do carro continua sendo o motor de 1,6 l/117 cv, da versão Essence. Preços vão de R$ 38.750 a R$ 55.750. Airbag duplo e ABS são de série nas quatro versões, todas mais equipadas, e sem aumento de preço (T-Jet, R$ 2.000 mais barato), como regra geral. Houve, apenas, variação em torno de R$ 700, cerca de metade do que se cobrava antes para airbags frontais/ABS.
RODA VIVA
PRIMEIRA integração industrial Fiat e Chrysler na América do Sul começa na Venezuela. A coluna também adianta que Grand Siena é o produto escolhido, mas com a marca Dodge. Aliás, Dodge Dart lançado nos EUA (base Alfa Romeo Giulietta) é candidato certo para produção no Brasil, a exemplo da China, onde se chama Fiat Viaggio.
HYUNDAI Brasil implanta rede de distribuição específica para seus três produtos piracicabanos (HB20). Novas concessionárias venderão apenas estes compactos, sem importados ou aqueles produzidos em Anápolis (GO) pela Hyundai CAOA. Rede atual, por sua vez, não comercializará, nem dará assistência aos HB20. Estranho, mesmo.
CONSULTORIA inglesa Jato aponta os 10 mais vendidos na Europa, no primeiro semestre: Golf, Fiesta, Polo, Corsa,Focus, Clio, Astra, Mégane, Nissan Qashqai (único crossover) e BMW Série 3 (único médio-grande).