A JAC Motors aguarda definição do governo federal sobre decreto que facilita a entrada de fabricantes estrangeiros no Brasil para voltar a pensar na construção de sua fábrica em Camaçari, na Bahia, e na ampliação de sua rede de concessionárias. O principal motivo é o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) mais caro para importados. Carros da JAC vendidos no Brasil pagam hoje IPI de 36,5%, enquanto nacionais equivalentes pagam 6,5%.
Hoje apenas modelos fabricados no Brasil e com 65% de componentes nacionais tem direito ao IPI menor. Decreto do governo que reduziria parte do IPI a empresas com fábricas instaladas ou em construção, para viabilizar as operações no país, é aguardado pelas importadoras. "O governo prometeu que baixará o decreto em agosto. Vamos esperar. Mas, sem as regras definidas, não temos como fazer a fábrica na Bahia nem aumentar a rede", diz Sergio Habib, presidente da JAC Motors no Brasil, em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo.
"A medida foi drástica já quando adotada. Mas o dólar à época estava a R$ 1,70. Agora, com o dólar a R$ 2, a operação toda ficou muito cara. Por essa razão é que, sem o decreto do governo rebaixando o IPI, não temos como pensar em aumentar as revendas e muito menos em construir a fábrica na Bahia".
A fábrica que a JAC quer construir em Camaçari foi anunciada em novembro do ano passado, sendo que em setembro do mesmo ano ela havia suspendido seus planos para tal investimento, previsto desde que chegou ao Brasil, em abril. Ela consumiria um investimento de R$ 900 milhões, com previsão para ter suas operações iniciadas em março de 2014 já com capacidade anual para produzir 100 mil veículos, gerando 3,5 mil empregos diretos e 10 mil indiretos.