11 de jul. de 2012

Semelhança entre Lifan 320 e MINI Cooper vira caso de justiça no Brasil

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Uma guerra silenciosa acontece entre a China e a Grã-Bretanha… No mercado automotivo. Lifan e BMW (dona da MINI) travam na justiça há mais de dois meses uma disputa pelos seus direitos. Em maio deste ano, a BMW entrou com um recurso no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro contra a Lifan, justificando a semelhança do chinês 320 (de 2008) em relação ao Cooper original (de 2001), britânico. Baseando-se em uma pesquisa Ibope encaminhada por ela própria, consumidores confundem facilmente os modelos das duas marcas.

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O fato levou o TJ-RJ a proibir, em regime provisório, a importação, distribuição, promoção e divulgação do 320. Entretanto, nesta segunda (9), o próprio TJ-RJ derrubou a liminar. A Lifan se defende, alegando que a acusação de concorrência desleal feita pela MINI é inválida, mesmo baseada na lei das patentes de produtos industriais, alegando que os dois modelos possuem propostas completamente diferentes e, portanto, não competem entre si.

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A Lifan disse ainda que essas semelhanças são comuns no mercado automotivo. Ela esqueceu de dizer que, de forma tão descarada, só na China isso poderia ser considerado normal. Com todo respeito, é claro, ao mercado de lá; até mesmo os chineses estão desistindo das cópias e optando por modelos autênticos.

O motivo da queda da liminar foi o prazo proposto anteriormente de 60 dias para a adequação do modelo, prazo curto tratando-se da indústria automotiva (onde um carro leva em média três anos para ser produzido). Uma das soluções seria trazer a nova geração do 320, já apresentada na China. Entretanto, não por coincidência, esta nova geração também refere aos modelos MINI, desta vez ao Countryman e ao Paceman em especial.

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A situação em vista é uma marca forte (BMW), porém com pouca representação (comparada às quatro grandes montadoras) no país, e uma marca chinesa sem tradição que possui um modelo claramente inspirado no Cooper. É interessante notar que o Brasil tomou uma atitude, embora esta contestada. Uma coisa é fato: o Grupo Effa e a Lifan se separaram e os planos de expansão de fábricas talvez não sejam cumpridos. Teria o 320, então, uma base sólida no Brasil?  Em tempos em que o mercado brasileiro nunca esteve tão receptivo às marcas orientais, é bom que a própria justiça filtre estas marcas. Plágio não é positivo nem aqui nem na… China.

Com informações do G1 – Auto Esporte