De acordo com o site Autos Segredos, a produção do Astra foi interrompida nesse mês de agosto, dando continuidade ao plano de renovação da linha nacional da Chevrolet; a produção da linha Vectra foi interrompida em junho, e os próximos da lista seriam as variações hatch e sedan do Corsa, em dezembro – o velho Classic continuará em linha.
Apesar de ter sido produzido no Brasil sem grandes alterações por quase 13 anos, o Astra se consolidou como líder entre os hatchs médios durante toda uma década, tendo seu reinado interrompido apenas em 2010 pelo Hyundai i30. Contudo o Astra manteve o sucesso, em boa parte graças a uma relação custo-benefício interessante.
Interrompido no Brasil mas em sua quarta geração na Europa, uma curiosidade envolve o surgimento do nome Astra. Apesar da origem alemã do modelo, nascido como Opel, seu nome de batismo teria surgido bem antes, e no Brasil.
Em 1989 a GMB se preparava para o lançamento da versão nacional do Opel Kadett. Num país que havia saído recentemente de um longo regime militar, houve receio de que o nome original do modelo pudesse comprometer seu desempenho em vendas, levando a Chevrolet a escolher outro nome: Astra.
Consta que, às vésperas do lançamento, um funcionário da fábrica teria brincado que Astra era nome de marca de assentos sanitários. Receio por receio, e com os carros prontos no pátio, o nome Kadett teria sido recuperado em último momento e foi o que chegou às lojas.
No entanto, o nome Astra seria empregado dois anos mais tarde, pela Opel, para batizar justamente o sucessor do Kadett nos mercados europeus. Nascia ali o Opel Astra, que desembarcaria no Brasil, ainda em sua primeira geração e como importado em 1995.
O Chevrolet Astra, em sua segunda geração, passou a ser produzido no país no final de 1998, substituindo tanto o modelo de primeira geração, não mais importado, quanto o envelhecido Kadett. O modelo contava com linhas bastante atuais e esportivas, em compasso com o modelo europeu, além de acabamento bem cuidado, bom comportamento dinâmico e amplo espaço interno – corrigindo uma limitação do velho Kadett. Os compradores podiam escolher, inicialmente, entre três motorizações, 1.8 e 2.0 8v e 2.0 16v, e duas carrocerias, hatch de 2 portas ou sedan de 4 portas.
Nos anos seguintes seriam lançadas novas versões, como a Sport, CD e GSi e em 2003 a linha receberia uma leve reestilização e a opção hatch 4 portas. A partir daí apenas blocos 2.0 estariam disponíveis e o modelo seguiria sem mudanças de visual até a linha 2011. Seu interior nunca passou por alterações significativas.
Também é curioso notar que o Astra nacional passou a conviver, a partir de 2007, com sua terceira geração, vendida no Brasil com o nome de Vectra GT. Mas apesar de apresentar design atualizado e ostentando um nome que o associava a um segmento superior, o Vectra GT teve vida curta. Nunca conseguiu se firmar no mercado ou mesmo se aproximar em vendas do envelhecido Astra.
Com a saída do Astra, a expectativa é de que o espaço aberto na linha seja preenchido a partir deste ano com Cobalt e Cruze – cuja versão hatch está prevista para o aproximo ano. Contudo, parece que seu público continuará, ao menos por ora, sem contar com um hatch na mesma faixa de preço na linha Chevrolet. Especula-se o lançamento de outro hatch, a se posicionar entre Agile e Cruze hatch – uma versão 2 volumes do Cobalt, o Corsa europeu ou o novo Sonic seriam possíveis candidatos.
Com o fim de sua produção em São Caetano do Sul, o Astra certamente deixará um grande numero de admiradores e a pergunta: conseguirá a Chevrolet apresentar um novo modelo capaz de repetir o sucesso duradouro do velho Astra?
Aguardemos pela resposta!