A Chevrolet prepara uma reforma completa em sua linha, que ainda conta com modelos da Opel do final dos anos 1990. Para isso, muitos modelos terão que sair de linha – mesmo que silenciosamente. Uma apuração da revista Auto Esporte mostrou que cerca de quatro modelos já não são mais produzidos em solo brasileiro. Dois são da Chevrolet, e os outros dois, da Ford e da Mitsubishi.
Modelos como o Astra, Vectra e Vectra GT já saíram do site da GM, mas segundo a matéria da revista, o Corsa Sedan também já se despediu da linha de montagem de São Bernardo do Campo (SP), conforme já havíamos noticiado. Ironicamente, é um dos raríssimos casos em que o sucessor de um modelo sai de linha antes de seu antecessor. O Classic, lançado em 1995 como Corsa Sedan, deveria ter sido substituído em 2002 quando a nova geração foi lançada, mas ele foi mantido como uma versão mais barata, denominada Corsa Classic, até que foi batizado apenas de Classic. Este deve permanecer no mercado até 2014, quando será substituído por um modelo mais moderno.
Outro modelo da GM que saiu de linha foi o Prisma 1.0. A versão menos equipada foi uma tentativa de oferecer versões mais em conta para a linha de sedans compactos. Apesar disso, o modelo teve baixa procura devido à proximidade com o Prisma 1.4, já que a diferença de preços era mínima. Apesar da lógica apontar que o Prisma 1.0 seria o substituto ideal para o Classic, isso vai contra os planos da marca.
O Prisma sai de linha ainda nesse ano, sendo substituído pelo Ônix sedan. Com isso, substituir o Classic por um modelo já desatualizado seria trocar seis por meia dúzia. Além disso, o Prisma conta com um acabamento inferior ao do Classic, embora compartilhem a mesma plataforma. Essa proximidade entre modelos deveria ser resolvida caso o Ônix se posicione na faixa do Celta com bom acabamento, cobrindo também as versões mais baratas do Corsa. Assim, o Ônix Sedan faria o papel de Classic e Prisma ao mesmo tempo. Mas não é o que as fontes apontam. O Celta prossegue junto com o Ônix, de acordo o Autos Segredos.
A Ford é outro exemplo de uma linha de carros esquecida. O Fiesta é o mesmo carro desde 2002, mesmo com as sucessivas reestilizações – uma em 2007 e outra em 2010. Apesar disso, ela tem uma estratégia parecida com a GM: ela irá renovar toda a sua linha e, ao contrário da rival, ela contará com modelos globais para fazer isso. A F-250, devido à ausência de reestilizações desde o seu lançamento, registrou vendas baixas no ano passado, o que motivou a Ford a parar de fabricá-la. A marca já confirmou que a fábrica de São Bernardo do Campo (SP) não produz mais a picape grande.
Não se sabe, porém, se sua variante mais pesada, a F-350 (já considerada um caminhão), também saiu de linha. Sua substituta direta seria uma das F-Series vendidas nos EUA – vale lembrar que a F-Duty foi exposta no Salão de São Paulo, embora, de acordo com a marca, sem pretensões de venda. Tudo é possível, mas pode não ser apenas uma coincidência. Dentro de alguns meses, a nova geração da Ranger será lançada por aqui, e suas versões topo-de-linha poderão substituir simbolicamente a picape grande da Ford.
Ainda falando sobre utilitários, outro modelo que se despediu foi a Mitsubishi Pajero Sport. E isso já aconteceu há muito tempo: o SUV não é produzido desde o início de 2011. Apesar disso, a marca diz que algumas unidades podem ser encontradas em algumas das concessionárias pelo Brasil. Sua substituta é a Pajero Dakar, que já foi lançada no Brasil há alguns meses.
A reportagem da revista atentou também para o sumiço da station wagon Parati, da Volkswagen. A perua não estaria mais aparecendo nas concessionárias do Brasil. A Volkswagen nega que a Parati tenha saído de linha. Sem geração nova, a Parati é a mesma desde 2005, seguindo as linhas da geração 4 do Gol. A SpaceFox, mais moderna, tomou seu lugar na linha por ser mais bem acabada – embora cobre mais por isso. Uma versão mais espartana da SpaceFox, lançada há algum tempo, apontou a possibilidade da Parati se despedir do mercado, já que boa parte das vendas se limita às frotas de empresas.
De um jeito ou de outro, a Parati permanece no site da Volkswagen, com o preço partindo de R$ 42 mil. Sua permanência no mercado só pode ser justificável pela venda para frotistas, haja vista que o fato de ter parado no tempo não é atraente para o consumidor, assim como seu seguro considerado caro. Em todo o caso, a Parati subiu de nível no site da marca: virou SUV.