A Citroën adentrou o Salão Internacional de São Paulo apostando forte na linha DS. Entre os principais destaques do estande da marca francesa, estão os modelos DS4 e DS5, que deverão começar a ser vendidos em 2013, acompanhados do irmão menor DS3, que já é comercializado no país desde maio. Outra forte atração é a nova geração do C3, que estreou em agosto e tenta se firmar ainda mais no mercado com a superexposição proporcionada pelo evento. Assim como no Salão de 2010, a Citroën atraiu o público para um conceito futurista, desta vez o Survolt.
Linha DS
A Citroën criou a linha DS para estabelecer uma família de modelos de luxo que fossem ao mesmo tempo atraentes e esportivos. São três as opções: DS3, DS4 e DS5, todos hatches e cada um com uma modalidade de motorização. Todos apostam forte no design marcante e no luxo dos materiais empregados. E é nessa tecla que a Citroën quer bater durante a exposição paulista.
No estande, os DS estarão por todos os lados. Um DS5 Hybrid-4 (movido a eletricidade e diesel) está exposto em um palco central giratório e há um painel no estande com os materiais que compõem a produção dos DS, a fim de que o público possa palpá-los. Há também telões que mostram a produção da linha, estratégia da Citroën para reforçar o cuidado existente na produção dos modelos.
O DS3 já está a venda desde maio, e parte de R$ 79.900, concorrendo principalmente com o Audi A1, MINI Cooper e, futuramente, com o novo Volkswagen Fusca. Equipado com um motor 1.6 THP de 165 cavalos (planejado em conjunto com a PSA e BMW), sempre aliado a um câmbio automático de seis velocidades, o DS3 é o mais barato entre eles, e conta apenas com duas portas e muitos recursos que o tornam o bonitinho da família.
A Citroën também expôs a versão Racing do DS3 em seu estande. A versão investe em adereços de corrida, tais como o emprego de materiais como a fibra de carbono, difusor de ar, saias laterais, teto laranja aliado à cor Preto Obsidien e dentre outras atrações. O motor é o mesmo 1.6 THP, porém, reprogramado para gerar mais cavalos, totalizando 202 cv (38 cv a mais).
Já o DS4 se aproxima muito do C4, parecendo mais uma versão DS do próprio (assim como o DS3, que de certa forma é inspirado no C3). As linhas lembram bastante o hatch da CItroën, mas são mais ousadas e rebuscadas, repletas de vincos marcantes. Destaque para a coluna B, que tem um prolongamento intenso que dá a característica do modelo – e torna os vidros traseiros fixos.
Quase um “tetrapolar”, o DS4 mescla conceitos de hatch médio, cupê, perua e utilitário esportivo. A Citroën aposta muito na esportividade e dinamicidade do modelo que, por ser um hatch de quatro portas, é mais prático que o DS3. Abusa dos cromados e chama atenção pelo formato de bumerangue das lanternas. Mas a dirigibilidade é o argumento mais forte. Para Jérémie Maestracci, chefe de projeto do DS4, a ideia era fazer com que o motorista sentisse o carro em sua mão.
Também equipado com o motor 1.6 THP de 165 cavalos do DS3, o DS4 não parece tão esportivo quanto o DS3 por ser mais pesado. Usa e abusa de porta-objetos, incluindo gavetas espalhadas pelo habitáculo. Há até espaço para garrafas. Ou seja, o motorista de um DS4 poderá muito bem ser uma pessoa urbana, porém, certamente despertará indícios selvagens. O porta-malas de 370 litros (90 a mais que um VW Gol) também surpreende. O DS4 também contará com um para-brisa amplo, tal como no C3.
O DS5 é o último modelo na hierarquia da linha DS. Entretanto, estreará antes que o DS4 bote os pés em terras tupiniquins. Desta vez baseado no C5, o DS5 se distancia esteticamente falando de seus irmãos e adota um visual quase que de um SUV. A suspensão alta e a frente invasiva mesclam conceitos de minivans, hatches e utilitários esportivos. Caracterizada pela própria Citroën como incomum, as linhas do DS5 remetem a um Shooting Brake, de acordo com a marca.
A Citroën divulga o DS5 demonstrando que ele pode ser um instrumento de sedução entre pessoas. Essa estratégia de marketing pretende reestruturar a imagem da Citroën, atraindo cada vez mais petrolheads e afastando a teoria de que são carros para afeminados, uma vez que o C3 em sua primeira geração era um dos carros favoritos das mulheres.
Com 480 litros de porta-malas, o DS4 fica pouco atrás de modelos como o Logan, que já foi referência no assunto que tange o espaço no porta-malas. A diferença é de 30 litros. O motor é o mesmo dos outros DS, ou seja, um 1.6 THP de 165 cavalos. Se são esportivos ou não, deixamos isso para as revistas. Mas no que diz respeito à atmosfera do veículo, os DS beiram a perfeição.
O DS5 teve uma versão híbrida exposta: a Hybrid-4. Equipada com um motor movido a diesel e a eletricidade, que geram juntos 200 cavalos (163 cavalos a combustão e 37 elétricos). A Citroën promete uma redução de 45% no consumo de gasolina comparado a um motor a gasolina equivalente e de 35% na comparação com veículos movidos a diesel. As emissões de CO2 na atmosfera ficam entre 99g e 108g/km. Outra atração é o modo elétrico, onde o propulsor não produz nenhum tipo de ruído.
Survolt
A Citroën não confirma, mas o Survolt, que mais se parece com um esportivo utópico e conceitual, pode se tornar realidade. A meta da montadora seria vender apenas 200 unidades do Survolt. Totalmente elétrico, é uma revolução no mundo dos esportivos. Ele vai da inércia até 100 km/h em menos de 5 segundos e atinge a velocidade máxima de 260 km/h, tudo proporcionado por dois motores elétricos que juntos somam 300 cavalos.
O Survolt pode ser carregado em tomadas de 220V, e estas cargas podem demorar até 10 horas, ou apenas 2 horas em postos de recargas específicos. A autonomia é de 200 km/h. Trata-se de apenas um dos diversos projetos de superesportivos elétricos. Vamos torcer então para que o modelo saia do papel e, de preferência, por uma marca que tanto marcou pela sua ousadia nos anos 1990.
C3
O hatch, produzido no Brasil desde 2003, ganhou uma nova geração na Europa em 2009, mas só agora em 2012 a geração chegou ao Brasil. Justiça seja feita, chegou atualizada – a grade inexistente na versão anterior dá lugar a uma grade com os chevrons unidos. Os preços não diferem muito dos da geração anterior, partindo de R$ 39 mil. Um dos principais atrativos é o para-brisas panorâmico, que se estende até metade do teto to carro.
O C3 já ganhou muita visibilidade com seu comercial na TV, mas certamente será motivo de diversão na seção Créative Technologie do estande da Citroën onde os participantes poderão competir com quem levanta mais alto um C3 içado, bem como na propaganda, mas através do Mind Wave, tecnologia que mapeia o cérebro e faz com que os impulsos se transformem em ações, como uma telepatia. O emprego desta tecnologia é inédito no Brasil, e só reforça ainda mais o ineditismo desta edição do Salão Internacional de São Paulo.
Fotos | Henrique Rodriguez